Dois importantes estudos sobre mídia foram feitos nos EUA. Um deles, por sociológos americanos, concluiu: Pessoas infelizes assistem a...
Dois importantes estudos sobre mídia foram feitos nos EUA. Um deles, por sociológos americanos, concluiu: Pessoas infelizes assistem a mais TV. O outro estudo realizado por pesquisadores da Rutgers University, em Newark, nos Estados Unidos, concluiu: Você é o que você assiste, vinculando a violência na mídia a agressividade em jovens. Apesar de não serem estudos específicos para o Brasil, revelam-se importantes, principalmente num momento em que o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma Ação Civil Pública contra a Rede TV!, por conta dos excessos cometidos durante a cobertura do Sequestro de Santo André.
"Duas foram as razões básicas apresentadas: primeiro que, embora já tivesse sido advertida, a concessionária exibiu, sem autorização judicial, no dia 15 de outubro, entrevista "ao vivo" com a adolescente Eloá Cristina Pimentel, que estava sendo mantida refém pelo ex-namorado, transformando-a, junto com o seqüestrador, numa das atrações principais do programa A Tarde é Sua; e, segundo, que analisado o conteúdo da entrevista, verificou-se que a RedeTV! cometeu ato abusivo, explorando, durante quase uma hora, a situação em que se encontravam as adolescentes Eloá, sua amiga Nayara e Lindemberg Alves, ex-namorado da primeira, interferindo, indevidamente, em investigação policial em curso" - trecho retirado do original "A liberdade de comunicação não é absoluta".
Durante o Sequestro de Santo André, a apresentadora Sônia Abrão justificou os excessos dizendo:
- Nós só fizemos o nosso trabalho.
Particularmente, não sei se o MPF aceitaria esta justificativa, caso fosse reapresentada como defesa. Mas esta Ação Civil Pública parece mais um paliativo parcial, uma espécie de:
- Vejam meu povo, estamos fazendo algo!
Para que a justiça se faça presente, seria necessário acionar outros veículos da mídia que cometeram abusos, porém, com uma diferença: veículos muito mais poderosos do que a Rede TV!. Mas um desejo como este é realmente um sonho, quando falamos do "Espaço Tempo Tupiniquim". O Brasil é um país que não pode ser enquadrado neste Planeta Terra e eu posso explicar. O mundo sofre com a crise, mas aparentemente o Brasil está numa boa, um verdadeiro carnaval.
O Governo aprovou MP que reajustou o salário de 380 mil servidores públicos. Quê crise? Em 02/12/08 o Governo quase criou mais 2.400 cargos no Executivo, mas decidiu adiar a votação. Crise? Quê crise? Mais uma prova de que o país caminha muito bem é a propaganda do Governo Brasileiro veiculada na Televisão com o slogan: "O mundo confia no Brasil e o Brasil confia nos brasileiros" (depois de ver este comercial fiquei muito mais tranquilo). Isto apenas para citar alguns fatos que provam: o Brasil não é deste mundo, e não devemos esperar que o MPF faça justiça com todos os veículos da mídia que cometeram abusos no Sequestro de Santo André e em outros eventos. O Brasil é uma República separada de todo o mundo, vivendo uma história própria e sem se deixar influenciar pelos acontecimentos do resto do Planeta. Nosso país é tão fabuloso que chego a ficar sem palavras. Para finalizar, deixo aqui mais um estudo sobre a mídia, este sim, revelador sobre o Brasil, publicado em 30/01/08 na Folha de São Paulo:
Elite brasileira confia mais na mídia do que no governo, afirma estudo - A mídia é a instituição em que a elite brasileira mais confia (64%), à frente de empresas (61%), ONGs (51%), instituições religiosas (48%) e governo (22%). De acordo com o nono estudo de confiança da empresa de relações públicas Edelman, o Brasil é o terceiro dos 18 países pesquisados com o maior índice de credibilidade da mídia --atrás de México, com 66%, e Índia, 65%.
Entre os meios de comunicação, os brasileiros colocam os veículos impressos no topo do ranking de confiança. Os entrevistados, na faixa dos 25% com a maior renda familiar do país, dizem recorrer como primeira fonte de informação a impressos (87%), depois a TV (82%), internet (52%) e rádio (32%).
Entre os meios de comunicação, os brasileiros colocam os veículos impressos no topo do ranking de confiança. Os entrevistados, na faixa dos 25% com a maior renda familiar do país, dizem recorrer como primeira fonte de informação a impressos (87%), depois a TV (82%), internet (52%) e rádio (32%).
Resumindo: não é preciso ser um gênio para entender os motivos da publicidade do Governo Brasileiro com o singelo slogan: "O mundo confia no Brasil e o Brasil confia nos brasileiros".
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