Escrito por Gabriel Luiz Campos, professor de Educação e Filósofo, e Fábio Idalino Alves Nogueira, professor de história do Brasil e África
Os EUA saem do Afeganistão conforme entraram. Aquela velha promessa dos países democráticos com os EUA à frente: invadir para levar a democracia.
A guerra afegã custou milhares de vidas civis. Os EUA expulsaram o Talibã, mas não o destruíram. O Talibã permanece ativo e organizado. O Talibã venceu os EUA pelo cansaço e está de volta ao poder com tom mais moderado, tipo “Talibã Nutella”.
Não dá para acreditar nas promessas desses extremistas e a população feminina está entregue ao deus-dará.
A posição geopolítica do país acende o sinal amarelo para outros países da região. China e Rússia trataram logo de reconhecer o governo golpista. Os chineses têm inúmeros interesses de estar por perto daquele país. A fronteira física de 70 km não é barreira quando se trata de lítio, principal minério para carros elétricos. E outra preocupação dos chineses são os radicais do Talibã para não inflamarem a população muçulmana da China, da região de Xinjiang. A Rússia eleva sua atenção às antigas repúblicas soviéticas do Uzbequistão e Turcomenistão. São países de maioria islâmica, no entanto, não há o mesmo extremismo religioso que há no Afeganistão. O perigo ocorre se a Rússia perder a influência geopolítica na região. No mais, a sorte está lançada no país da Ásia Central.
Com os chineses e russos a frente de um projeto euroasiático, eles mantêm uma postura de reconhecimento do atual governo do Talibã, pois dessa maneira o governo afegão deverá se submeter as relações internacionais. As novas relações diplomáticas e políticas farão uma nova caminhada econômica do Afeganistão e assim a elevação das classes mais desfavorecidas através de oferta e regulamentação da mão de obra que poderá ocorrer, pela grande influência econômica da China e da Rússia.
Como o professor Elias Khalil Jabbour, Doutor em Geografia Humana, explicou em seu Twitter (@eliasjabbour) no dia 16 de agosto de 2021, “Integrar o Afeganistão à Iniciativa Cinturão e Rota e o Projeto Euroasiático é o primeiro passo que os amantes da paz e dos direitos humanos do povo afegão devem torcer para ocorrer.”.
Não estranhe caso os EUA fechem algum acordo com o Talibã. Não fiquem espantados se os americanos dizerem algo como que o Talibã sempre foi parceiro do governo afegão. O Talibã tirará proveitos da China, Rússia e EUA.
"Os Talibãs nunca foram terroristas ", não fiquem surpreso casos os países democráticos se dirigirem agora aos Talibãs dessa forma.
(Escrito por Gabriel Luiz Campos, professor de Educação e Filósofo, e
Fábio Idalino Alves Nogueira, professor de história do Brasil e
África.)
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