Serra deixará a barba crescer?

A inteligência (não sei se essa é a melhor palavra) da campanha demo-tucana quer fazer de Zé, o José Serra, uma reencarnação de Lula. Faz ji...

A inteligência (não sei se essa é a melhor palavra) da campanha demo-tucana quer fazer de Zé, o José Serra, uma reencarnação de Lula. Faz jingle com Lula, usa a imagem de Lula e agora, no que chama de "a hora da virada", quer fazer Zé, o José Serra, ser vitimado como o Lula na campanha presidencial de 1989. 

Para quem não se lembra, a campanha de Collor usou histórias familiares do ex-metalúrgico para manipular a opinião pública e vencer as eleições. Vinte e um anos depois, Lula tem aprovação pública de quase 80% da nação, além do reconhecimento internacional, entre outros pontos. A vítima tornou-se herói, virou filme, mudou a estratificação social, trouxe a Copa e as Olimpíadas para o país e mais.

Zé, o José Serra, quer se assemelhar ao Lula (antes vítima e agora herói) para tentar convencer os indecisos a votarem nele. Os oito anos de governo presidencial do companheiro tucano FHC não servem como argumento para a eleição, ao contrário, os dois políticos parecem ter se afastado, a estratégia tucana preferiu outros caminhos. Agora Serra quer ser a vítima, tentando reencarnar o ex-metalúrgico de duas décadas atrás e pegar o público pela lógica emocional, numa história de vitimização que envolve sua filha.

Salvo engano, Lula nunca fabricou um dossiê para vencer uma eleição, como no caso Lunus, por exemplo. Nunca usou de grosserias quando atacado pela velha mídia e na prática, demonstrou certas competências administrativas durante seus mandatos como presidente. Não sei se o mesmo pode ser dito de Serra.

Segundo o Vox Populi, Dilma Rousseff aparece com 51% e Zé, o José Serra, conta com apenas 25% das intenções de voto. Os números não são animadores para a campanha demo-tucana. Para quem está próximo do abismo de perder as eleições, "a hora da virada" pode significar uma queda sem fim, um tiro no pé da própria carreira política, além de manchar o prestígio da velha mídia.